The editorial categories are research topics that have guided researchers during the recovery phase and continue to be the impetus behind the Documents Project’s digital archive and the Critical Documents book series. Developed by the project’s Editorial Board, each of the teams analyzed this framework and adapted it to their local contexts in developing their research objectives and work plans during the Recovery Phase. Learn more on the Editorial Framework page.
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This text was published in the catalogue of Mestre Didi’s exhibition entitled Poesia mítica e contemporaneidade, organized by the Museu de Arte Moderna in Salvador (state of Bahia, 1997). Written by the anthropologist Juana Elbein dos Santos, the essay states that Mestre Didi (1917–2013) is, first and foremost, a priest/artist, and that his language displays his broad capacity to express his experience of the sacred. Starting with successive initiations into the rites of Candomblé, the artist entered wholeheartedly into the religion’s transcendental mysteries of life and death and the unfathomable secrets encountered in the worship of the Yoruba divinities (Orishas). It is a religion of mythic ancestors and ancestral spirits known as Egun. In Didi’s sculptures, that ancestral aspect of the Candomblé world view (in Africa) merges with the artist’s experience of life in Bahia, where he was born. His work brings together “tradition” and “the contemporary” whose synthesis is explained by Didi himself: “to evolve without losing the essence.”
Texto do catálogo da exposição Mestre Didi intitulada Poesia mítica e contemporaneidade, realizada no Museu de Arte Moderna de Salvador, Estado da Bahia, em 1997. A antropóloga Juana Elbein dos Santos afirma que Mestre Didi é um sacerdote-artista. Declara que sua linguagem é um discurso sobre a experiência do sagrado. Através de sucessivas iniciações no Candomblé, religião brasileira de matrizes africanas, ele se aprofundou nos mistérios transcendentais da vida e da morte, nos segredos do culto às divindades denominadas orixás, do culto aos antepassados míticos e aos espíritos ancestrais conhecidos como egun. Em suas esculturas, ancestralidade e visão de mundos africanos se fundem com sua experiência de vida na Bahia,estado do nordeste brasileiro, onde nasceu. Em sua obra, convivem tradição e contemporaneidade, o que ele sintetiza ao proclamar: "Evoluir sem perder a essência".
What this text points out is the indissoluble ties between the work of the sculptor of African origins Mestre Didi and his deep commitment to the world of Candomblé. Given his history of making ritual objects even in his childhood and adolescence, his sculpture transports us into the symbolism and material substance of this Afro-Brazilian religion. In his work, Didi uses palm fronds, pumpkin shells, leather, conch shells (cowries), coconuts, woven fabric, beads and all kinds of little beads, raffia and jute. His sculptures measure between 50 centimeters and 2.10 m. The master participated in individual and group exhibitions in several Brazilian state capitals and abroad (Africa, Europe and Latin America).
[As supplementary reading, see the following texts in the ICAA digital archive: by Raul Lody “Coleção Arthur Ramos” (doc. no. 1110525), “Coleção culto afro-brasileiro: um documento do candomblé na cidade do Salvador” (doc. no. 1110527), “Coleção culto afro-brasileiro: um testemunho do Xangô pernambucano” (doc. no. 1110526), “Dezoito esculturas antropomorfas de orixás” (doc. no. 1110529), “Símbolo do mando” (doc. no. 1110531), and “Yorubá: um estudo etno-tecnológico de 50 peças da coleção arte africana do Museu Nacional de Belas-Artes” (doc. no. 1110532). In addition, see by Abelardo Duarte “Catálogo ilustrado da Coleção Perseverança” (doc. no. 1110522); by Carlos Eugênio Marcondes de Moura “Religiosidade africana no Brasil; Arte afro-brasilidade” (doc. no. 1110519); by Maria Lúcia Montes “Cosmologias e altares” (doc. no. 1110528); by Luiz Felipe de Alencastro “Geopolítica da mestiçagem” (doc. no. 1111371); from the Museu Histórico Nacional “Para nunca esquecer. Negras memórias. Memórias de negros” (doc. no. 1110530); by Jocélio Teles dos Santos “Catálogo do Museu Afro Brasileiro = Catalogue of the Afro-Brazilian Museum” (doc. no. 1110521); by Vagner Gonçalves da Silva “Arte religiosa afro-brasileira. As múltiplas estéticas da devoção brasileira” (doc. no. 1110520); by Oneyda Alvarenga “Catálogo ilustrado do Museu Folclórico” (doc. no. 1110523); and by Rita Amaral “A coleção etnográfica de cultura religiosa afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo” (doc. no. 1110533)].
O documento aponta a relação indissociável entre a obra do escultor afro-descendente Mestre Didi e sua integração ao Candomblé, religião brasileira de matrizes africanas. Além de produzir objetos rituais desde sua infância e adolescência, sua obra escultórica remete ao universo simbólico e material do Candomblé. Emprega elementos como nervura de palmeira, cabaça, couro, búzios, contas, miçangas, tecidos, espata de coqueiro, ráfia e aniagem. Suas esculturas variam entre 51 cm e 213 cm. Participou de exposições individuais e coletivas em várias capitais brasileiras, em países africanos, americanos e europeus.
Ver também: SANTOS, Juana Elbein dos. VERIFICAR NO MUSEU AFRO BRASIL. Salvador: Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil, 1997.SANTOS, Deoscóredes M. dos. Por que Oxalá usa ekodidé. Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1982.
d1- Arte e religiosidade
d1- Destaque para artistas afro-brasileiros genuínos